A fome, a dor e o medo viraram rotina.

“Mãe, me dá só um pouquinho de farinha, só um pouquinho...”

esse é o pedido que Leila mais ouve dos filhos menores. Ela tem 41 anos e cria sozinha os filhos, o mais velho com 21 e o mais novo com apenas 5. Moram em Manaus (AM), em uma casa condenada pela defesa civil, à beira de um barranco que pode desabar a qualquer momento..

Calebe, de 8 anos, é o que mais sente tudo isso. Chora muito. Sofre bullying na escola, é chamado de pobre, favelado, morador de rua, tudo isso porque ele leva um pote de sorvete vazio para tentar trazer comida para os irmãos. Quando sobra merenda, as tias da escola ajudam. Quando não, ele chega em casa soluçando de tanto chorar.

A casa onde moram custa R$200 de aluguel, mas está condenada. A defesa civil pediu que saiam o quanto antes por causa do risco de desabamento. Mas eles não têm para onde ir.